segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Aos chinas, um novo dia

Para quem se viciou em falar da China como um país sem tradição de luta, engana-se tanto quanto o rato à confiar em cobra. O país que, hoje, mais cresce no mundo, é forçado a mostrar o calcanhar de aquiles do neoliberalismo: os explorados mais oprimidos do mundo no início de uma revolta.
E não é só isso. Apesar de os chinas não poderem respirar sem pedir permissão às mais ou menos cômicas sombras maoístas, penteadas com o sangue rude dos seus compatriotas, utilizam-se de uma ferramenta muito conhecida entre os lutadores e repressores espalhados pelo mundo (inclusive, muito bem conhecida pelo próprio Partido Comunista Chinês): a internet.
Gostaria de fazer uma pergunta aos inventores dessa tão utilizada ferramenta, para tantas coisas. Mas confesso que essa minha pergunta não é para suprir uma curiosidade que se desfaz numa resposta óbvia, mas uma forma de dar sentido ao desenvolvimento dessa minha pobre e pretensiosa fala.
Quando pensou em dar ao mundo o conhecimento de si próprio, pensou que esse mesmo mundo sentiria a necessidade de mudar-se?
Como já disse, é apenas uma pergunta feita para dar corpo à minha retórica. Mas se for verdadeiro, gostaria de agradecer-lhe o favor que fez ao povo. És o Jesus Cristo em falsa pele, tão esperado pelos mais variados cristãos e suas crenças. Mas se a resposta é não, infelizmente tenho que lhe mostrar a cara fria e densa da minha sinceridade: és o burro dos burros, a ovelha desgarrada e feia do seu asqueroso e porco rebanho de exploradores.
Tenho certeza de que as desculpas serão muitas, mas o resultado de todo esse alvoroço social, político e econômico está tão nítido como a imagem de um espelho velho refletindo o começo de um novo dia.
            Quanto aos chinas, prefiro não dizer mais nada e deixar que escrevam, com suas pequenas mãos de fogo, a sua própria História.

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