terça-feira, 3 de abril de 2012

Pensamento em hora vaga

Hoje, quando eu acordei, pensei em ser um fazendeiro. Não um fazendeiro grande, como esses do Mato Grosso. Sonho de pobre é sonho curto e limitado pelo pouco que se ganha. Queria apenas um pedaçinho de terra, criar galinhas, enchiqueirar uns porcos e ter no fundo de um barraco velho uma plantaçãozinha de mandioca, ou quem sabe couve. Pensei ainda em me embestar pro pantanal, viver encostado num rio até que os sentidos se dissolvam no marasmo. Vida boa é aquela em que a vontade e a possibilidade são tão próximas como se fossem namoradas. É aquela em que as pernas acompanham o movimento dos sonhos, lançados no infinito como se fossem propaganda. Uma vida em que o nome dos dias já não importa tanto, são lembranças, que na maioria das vezes nos retomam coisas mortas. Talvez, quando eu estiver no meu pedaçinho de terra, sentado numa velha cadeira de balanço, ia querer ficar durante horas pensando em como seria, se por caso, eu vivesse no litoral catarinense.

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